O tratamento com estatinas estão entre os mais prescritos no planeta.
Os efeitos colaterais são uma barreira, no objetivo de atingir os níveis adequados de colesterol.
Todas medicações são passíveis de efeitos adversos mas há um efeito colateral específico das estatinas: Dor Muscular.
O que sabemos sobre isso ?
É uma das áreas mais controversas da cardiologia.
Antes de mais nada, está dor é real (1); no entanto a gravidade é rara. A maioria apresenta sintomas leves, de 7 a 29% (2)
Efeito Nocebo – O Gêmeo Malvado do Efeito Placebo
O efeito placebo é um fenômeno bem reconhecido, onde um benefício é obtido devido a uma intervenção que provavelmente não foi a causa.
O efeito nocebo é a mesma coisa, mas em vez de uma mudança benéfica, há uma percepção de dano ou mudança negativa.
Aqui entram as estatinas e a dor muscular.
É possível diferenciarmos a dor muscular real causada pelas estatinas daquelaa induzida pelo nocebo?
Sim, mas com dificuldade.
Antes de mais nada, assim como tudo, as dores estão na sua “cabeça”, uma vez que todas as sensações e sentimentos que possamos experimentar, estão fisiologicamente nas “nossas cabeças”.
Uma estratégia comum em pacientes que têm suspeita de dores musculares induzidas por estatinas é retirá-los da medicação por 1 ou 2 semanas, ver se os sintomas melhoram e depois reiniciar a medicação para ver se eles retornam.
Mas o problema é que o paciente sabe quando está ou não tomando a medicação.
O estudo SAMPSON avaliou pacientes já identificados como ‘Intolerantes a Estatinas’ devido a dores musculares (3,4). Foram divididos em 3 grupos: que usaram doses pequenas de estática, não usaram e usaram um placebo.
Os grupos que usaram baixas doses ou placebo, tiveram uma pontuação de dor muito semelhante. A diferença verdadeira estava em quem usou um comprimido (baixas doses e placebo) e quem não usou.
Efeito nocebo estava confirmado !