SUBDIAGNÓSTICO DE DOENÇA CARDIOVASCULAR EM MULHERES E COMO MELHORAR

Diferenças na causa e na apresentação da doença podem levar a diagnósticos incorretos, especialmente em mulheres, que são mais propensas a um tipo de infarto não relacionado à obstrução das artérias, muitas vezes confundido com sintomas de ansiedade.

As mulheres são sub-representadas em ensaios clínicos de doença cardiovascular, com uma inscrição de apenas 27% entre 1997 e 2006. Em estudos europeus e americanos, essa proporção é ainda menor

Mulheres e médicos muitas vezes têm pouca consciência dos sintomas específicos e da apresentação da doença cardiovascular. Por exemplo, 41% das mulheres esperam mais de 12 horas antes de procurar ajuda em caso de dor torácica, como revelado no Acute CardioVascular Care 2021

Existem grandes disparidades globais na morbidade e mortalidade por doença cardiovascular. Por exemplo, uma mulher em países menos desenvolvidos tem de 13 a 50 vezes mais chances de morrer de doença cardíaca do que uma mulher na França ou nos EUA, enquanto para os homens a diferença é de 9 vezes

A Sociedade Europeia de Cardiologia sugere medidas para reduzir a diferença de gênero na prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças cardiovasculares, visando reduzir mortes até 2030. Entre as sugestões estão:

  • reduzir a disparidade na prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças cardiovasculares entre homens e mulheres, incentivando mais pesquisas e maior participação feminina em ensaios clínicos;
  • Além disso, destaca a necessidade de maior atenção política às doenças cardiovasculares em mulheres como parte do esforço para alcançar a igualdade de gênero

ABORDAR A DIFERENÇA DE GÊNERO NAS DOENÇAS CARDIOVASCULARES ENVOLVE:

  • COLETA DE DADOS GLOBAL HARMONIZADA;
  • IDENTIFICAÇÃO E REMOÇÃO DE BARREIRAS QUE LIMITAM A PARTICIPAÇÃO FEMININA EM ENSAIOS CLÍNICOS;
  • MAIOR INVESTIMENTO EM PESQUISAS PARA SAUDE DA MULHER;
  • APOIO, CONSCIENTIZAÇÃO, EDUCAÇÃO ESPECÍFICA PARA PROFISSIONAIS DE SAÚDE;
  • AUMENTO DA REPRESENTAÇÃO FEMININA NA CARDIOLOGIA

É crucial entender o risco cardiovascular em mulheres para identificar aquelas em maior risco precocemente e garantir tratamento adequado. A desigualdade de gênero persiste não só entre os pacientes, mas também na profissão de cardiologia.
A diversificação da liderança é essencial para impulsionar a inovação e o avanço no atendimento ao paciente, pesquisa e cuidados de saúde, tornando a mudança cultural na cardiologia uma prioridade.

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